Parando de aceitar migalhas: Autoestima e limites saudáveis na terapia
- Warley Gandra
- 28 de out.
- 2 min de leitura
O desejo de ser aceito, de pertencer e de ser amado é, talvez, um dos nossos impulsos mais fundamentalmente humanos. Buscamos nos outros um reflexo do nosso próprio valor, e isso, em si, não é um problema. É o que nos torna capazes de criar vínculos profundos.
Mas o que acontece quando essa busca se torna a única fonte de validação? O que acontece quando a nossa autoestima está tão fragilizada que não conseguimos mais diferenciar o que é afeto genuíno do que é, de fato, apenas uma migalha?
É aqui que o "aceitar migalhas" começa.

O ciclo de aceitar migalhas
Aceitar migalhas é um comportamento que se manifesta de formas sutis:
Aceitamos um emprego que nos esgota porque temos medo de não achar outro.
Permanecemos em relações que nos diminuem por medo da solidão.
Silenciamos nossas necessidades, opiniões e desejos para não "incomodar", apenas para garantir que o outro permaneça ao nosso lado.
Esse comportamento não é fraqueza, como muitos costumam julgar. É um sintoma.
A dor é um alerta, não um destino
É um alerta profundo de que, em algum ponto da jornada, nos perdemos de nós mesmos. É um sinal de que nossos limites se tornaram invisíveis – primeiro para nós, e depois, inevitavelmente, para os outros.
Aceitar migalhas é a consequência direta de uma autoestima que ainda não reconhece o próprio tamanho.
E é exatamente neste ponto que a terapia se revela uma ferramenta poderosa de transformação. Ela não entra como mágica, mas como um processo de parceria estratégica. No "Método Arkos", chamamos isso de acolhimento com movimento.
O Método Arkos: Como a Terapia Ajuda na Prática
Para quebrar esse ciclo, não basta "escuta passiva". Precisamos de um plano de ação claro, dividido em duas etapas fundamentais:
1. O Acolhimento (A Base)
Primeiro, vamos juntos criar um espaço seguro para investigar a origem dessa necessidade de aprovação. Vamos acolher a dor do medo da rejeição e entender, sem julgamentos, por que esses padrões se formaram. Validamos sua história e suas dores.
2. O Movimento (A Estratégia)
Aqui, saímos da escuta. Usamos ferramentas práticas, muitas delas baseadas na TCC (Terapia Cognitivo-Comportamental), para construir ativamente o que falta. A terapia te ensina, na prática, a dizer "não" sem culpa. Ela te ajuda a reerguer sua autoestima, não com clichês de autoajuda, mas com ações diárias de autorrespeito.
Começamos, tijolo por tijolo, a construir seus limites saudáveis.
Do banquete, não das sobras
Parar de aceitar migalhas não é sobre se tornar uma pessoa fria ou egoísta. É sobre se tornar uma pessoa inteira. É um ato de autorresponsabilidade e o começo de uma vida onde você se nutre de banquetes, e não mais de sobras.
Você tem se contentado com as migalhas que te oferecem, ou está pronto para escolher o banquete que você merece?







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